Estratégia. Essa é a palavra chave que La Casa de Papel diz sobre a gestão do seu negócio. Mas por quê?
Confesso que resisti muito até me render à tentação e assistir a série. Para um filme ou série conquistar a minha atenção, não basta uma boa recomendação ou uma sinopse incrível. Mas, tem que me manter atenta e conectada a ela nos cinco primeiros minutos. Foi o que a Casa de Papel me fez, inclusive fazendo com que eu a assistisse em poucos dias a série completa (até o momento 3° Temporada).
Então, se você já é apaixonado(a) pela série, assim como eu, você tem algo de estratégia no sangue sim! Não se preocupe se você não gostou. A partir de agora você verá a série com outros olhos e com muitos aprendizados que ela nos deixa.
O que podemos aprender com La Casa de Papel?
Estratégia empresarial todo mundo sabe que é algo imprescindível para o sucesso de um negócio, mas complexo para elaborar e gerenciar. São tarefas que exigem a perspicácia que podemos ver no Professor da série La Casa de Papel e em diversos outros personagens.
Podemos ver claramente todos os elementos essenciais do planejamento, assim como do pensamento estratégico, necessários para atingir bons resultados. Os probleminhas no meio do caminho também 😉
Inclui a análise do ambiente, identificação de oportunidades e ameaças, pontos forte e pontos fracos (famosa SWOT), elaboração de planos de ação para diversas situações e ate mesmo análise e gestão de riscos e crises.
Por isso, vou fazer uma série de posts para descomplicar com exemplos mais práticos a utilização da gestão estratégica fazendo uma analogia com a série La Casa de Papel. E para começar vamos discutir sobre o inicio de tudo:
- Definição de objetivos
- Análise do ambiente
- Seleção de equipe
1. Definição de objetivos
Sabe aquele objetivo de ficar rico e não precisar trabalhar nunca mais para o resto da vida? Então, sinto informar você, mas apesar desse objetivo ser de alguns dos integrantes da equipe de bandidos da Casa de Papel, não é o objetivo central do roubo, nem de seu idealista: o Professor. O objetivo do grande assalto não era dinheiro. Se fosse, poderia ser feito qualquer outro roubo com menos visibilidade, menos perigo e menos idealismo.
Dinheiro não era e nunca foi a questão. O objetivo era reivindicar contra o estado, conquistar a opinião pública, realizando um sonho de criança em homenagem ao pai. Isso fica bem claro nas discussões entre a Inspetora de polícia (Raquel) e o Professor na qual ele aponta toda a impressão de dinheiro “extra” nos anos anteriores.
Mas afinal, qual é a relação entre objetivo e estratégia?
Toda estratégia serve para que possamos chegar a algum resultado pretendido. Ou seja, queremos sair de um lugar e chegar a outro. Esse outro lugar é o nosso objetivo e a estratégia é o caminho que iremos percorrer para isso.
No entanto, parece fácil, simples e claro a definição de objetivos. E aqui eu coloco alguns asteriscos para que você ligue o sinal de alerta se acha simples demais. Não se espante! Mas a maior parte das estratégias que fracassam não são pela dificuldade em algumas etapas, questão de recursos ou outros percalços que possam existir. Mas o maior problema para a boa implementação de estratégias e ter bons resultados com ela, é saber claramente qual é o objetivo do negócio.
O objetivo do negócio não deve ser apenas ganhar dinheiro. Lucro é resultado. Trata-se de uma consequência. E esse resultado só vem quando você consegue atingir o objetivo de atender a expectativa de seu cliente. Esse é o objetivo de seu negócio.
Para isso, você tem que entender o comportamento do seu público, saber suas expectativas e entender questões do ambiente para que possam existir oportunidades na hora de você definir esse objetivo.
Assim, o objetivo da sua empresa nada mais é do que você vai oferecer, para quem e para que. Isto é, é do posicionamento da sua empresa, é como o seu cliente vai criar associações em sua cabeça e vai se lembrar de seu negócio por isso.
Lembre-se que o dinheiro vem se o seu negócio conseguiu fixar o objetivo certo e fez tudo da forma correta para atrair, atender e encantar os clientes. Não tem segredo. O segredo é ter informações claras sobre isso, muita pesquisa e um bom acompanhamento para se chegar a isso, como você pode conferir aqui.
2. Análise do Ambiente
A análise do ambiente é a parte do planejamento que permite que tenhamos todas as informações sobre como agir para ter oportunidades, evitar ameaças, criar forças e prevenir que as fraquezas possam ser utilizadas contra nós.
La Casa de Papel mostra magistralmente como uma boa análise do ambiente de negócios deve ser feita. Primeiro observando tudo sobre o macroambiente: questões políticas e econômicas na ponta da língua. Leis, história, geografia, até o conhecimento de questões da formação da opinião publica com estratégias de relações publicas e jornalismo foram analisadas a fim de serem utilizadas no momento e da forma correta.
É o olhar para fora para saber aproveitar todas as informações em vantagem da empresa, no caso deles, do roubo.
No entanto, olhar para fora inclui também analisar os concorrentes. Inclui avaliar não apenas o que eles fazem. Isso todos fazem. O que é importante para se ter vantagem é saber o por que eles agem ou agirão daquela forma, quais são as reações frente a possíveis ações e como eles fazem isso. Isso o Professor da série fez muito bem analisando todos os movimentos, equipamentos, pessoas que atuam na polícia e que poderiam fazer parte durante a execução do plano deles.
Ele sabia quando entrar e porquê. Isso porque ele sabia como eles reagiriam nessa situação.
Ele sabia quando e como entrar em contato. Pois sabia como seria cada reação.
Ele sabia quais equipamentos seriam usados para verificar a movimentação da sua equipe. Por isso, usou a melhor tecnologia e inteligência para driblar esses recursos da polícia.
Assim, todo movimento realizado nesse roubo foi orquestrado para se ter vantagens em relação à polícia. Como num jogo de xadrez. E por quê? Pelas informações que eles tinham do ambiente e do concorrente. Estavam sempre à frente. Inclusive na cena ilária do furão no esgoto!
E todas as questões que envolvem como realizar essa análise já foram abordadas aqui em outro artigo sobre análise da concorrência que você pode conferir aqui.
3. Formação da equipe
Esse é o ponto alto da série toda. Assim como também é em sua empresa.
Muitos tratam gestão de pessoas com um mero recursos humanos, ou ainda (eu diria pior ainda), como formas para apenas selecionar funcionários e fazer a folha de pagamento no final do mês.
A gestão de pessoas é mais que simples RH. É saber com maestria qual perfil é o mais indicado para compor a nossa equipe de colaboradores. É saber como motivar e manter motivado os colaboradores. É saber como integrar e treinar os colaboradores para se chegar ao objetivo. E observe que aqui eu trato de colaboradores e não mais funcionários. É quem ajuda a atingir o objetivo da empresa. É quem trabalha junto. Não é apenas quem está lá para cumprir meta e receber salário no final do mês. Fica a dica 😉
Na série La Casa de Papel, o Professor fez muito sobre isso. Selecionou a dedo os melhores em suas áreas de atuação: a melhor falsificadora, o melhor técnico em TI, o melhor especialista em tuneis, e por aí vai. Tinha gente mais voltada a força bruta. Tinha gente mais impulsiva e que estava pronta para até uma guerra. Mas bom, não estamos aqui para descrever o perfil dos personagens que isso você pode ver na série e tirar suas conclusões.
Criou regras. Soube identificar pontos fortes e fracos de cada um. Soube manter a motivação e a organização de um grupo bem heterogêneo. Isso é liderança. Mas para isso, é saber conhecer e lidar com pessoas, o que todo bom líder deve saber.
No entanto, o principal vem agora: todos tinham algo em comum para entrar na sintonia do plano. Todos não tinham nada a perder. Faziam aquilo para motivarem suas vidas que percebiam como de alguma forma perdida, seja por problemas, por fuga, problemas de saúde, e outros.
Na sua empresa você deve pensar no mesmo ao formar sua equipe. Não basta ser o mais qualificado. Não basta ser o melhor. Mas tem que ter a mesma filosofia do seu negócio. Caso contrário, é o colaborador que tende a te dar mais problemas…
Além disso, busque sempre pessoas que complemente conhecimentos e habilidades. Personalidades muito parecidas, conhecimentos que se sobrepõe, e habilidades semelhantes não agregam nada a mais no negócio, além de poder causar problemas de relacionamento.
4. E, de bônus: ter boas relações é a chave para o sucesso!
Para o sucesso da estratégia empresarial a questão não é apenas como elaborar, como ter bons recursos, como ter muitas informações e como ter as pessoas certas. Temos que ter cartas na manga, que vamos abordar mas profundamente na parte III desde post (aguarde em breve).
Observe que o Professor sempre tinha uma carta na manga: gente que trabalhou com ele antes, gente que ele pode ligar e vai ajudar, gente que está pronta para resgatar os bandidos, gente que o ajuda com a idealização das ideias, etc. Até chefe de equipe adjunto ele tinha 🙂
Ter pessoas com quem a gente pode contar por perto, pode garantir qualquer estratégia. Seja para ficarmos antenados de algumas situações. Seja para ajudar. Seja para selecionar outras boas pessoas para a equipe…
Ter boas relações auxilia sempre, afinal, ninguém consegue nada sozinho, não é mesmo?
Gostou desse artigo?
Deixe seu comentário que em breve tem mais! E sua opinião é muito importante para continuar com temas que sejam pertinentes para auxiliar o sucesso de seu negócio.
No próximo, trarei como elaborar estratégias matadoras com os 5Ps da estratégia segundo a série 😉
E quer saber mais sobre como podemos ajudar o seu negócio com as melhores informações para você alavancar seus resultados e acertar na estratégia, acesse a Bureau Análise.com e conheça também o projeto HappyTrack.
Merci, et à très bientôt!