Por que temos medo de falar de riscos nos negócios?

by Juliana Cândido Custodio

Pesquisas comprovam: os aspectos individuais e culturais interferem não só em nossos hábitos e comportamentos, mas na forma que percebemos os riscos à nossa volta. E isso também acontece com os riscos nos negócios.

O risco não é ainda um problema. Trata-se de algo iminente mas que não aconteceu ainda e pode ser que nem chegue a se concretizar. Os riscos estão intimamente ligados à maneira pela qual conseguimos observar o universo a nossa volta e identificar esses perigos e essas ameaças. Principalmente no mundo dos negócios. E isso nem sempre é fácil, pois exige uma boa dose de realismo. E nisto fica o ponto essencial da discussão sobre riscos.

Todo mundo diz que o empreendedor deve ser, acima de tudo, otimista. E aí, eu que trabalho com análise de riscos desaprovo. Totalmente. Mas sabe por quê?

 

Qual é a diferença entre o otimismo e o realismo? A Percepção de riscos.

O otimismo é diferente do realismo. É diferente da segurança e convicção em ideias e ideais. É diferente enxergar sucesso em tudo.

Otimismo, pela definição do dicionário Larousse

1. É a crença segundo a qual o bem prevalece sobre o mal no mundo. 2. Disposição de espírito que inclina a tomar ou ver as coisas pelo lado bom. 3. Atitude dos que esperam sempre que as coisas melhorem.

Ok. Não é tão ruim ser otimista e ver o mundo cor-de-rosa. Com tanta coisa ruim que acontece no nosso dia-a-dia, se não acreditarmos em dias melhores, tudo será um tédio, não é mesmo? Mas para nossa cultura no Brasil, ser realista demais parece até pecado. As pessoas olham torto. Acham as ideias ou argumentos ruins. Acham que as pessoas que pensam assim são pessimistas demais. E, com isso, são incentivadas a se fecharem sempre em seus pensamentos cor-de-rosa e se cegarem contra as ameaças.

Exceto o  bom empreendedor.

Você sabia que quanto mais otimista você é no seu negócio, mais despreparado você estará para as adversidades? E sabemos que qualquer adversidade pode se transformar em catástrofes se não soubermos agir da maneira correta e à tempo.

 

Como podemos pensar e gerenciar os riscos nos negócios?

Muitos dizem que não existe nenhuma crise que é gerenciada com o repertório que temos. Isso porque cada situação de crise é diferente da outra.

Mas problemas também são assim, não é  mesmo? São situações que acontecem quando menos esperamos e da forma que menos esperamos. Não sabemos como agir. E à partir dali desenvolvemos maneiras de solucionar o que está acontecendo.

Mas aí, o desastre e o caos já está instaurado. Vamos apenas tentar concertar as coisas. Amenizar. Já teve perdas. As pessoas, incluindo nossos clientes, podem já estar sendo afetadas. Boa reputação? Não aguenta muito tempo.

Porém, aí te pergunto: e se você não tivesse sido tão otimista, será que você não teria enxergado esse possível cenário de problema ou possível crise antes?

E se você tivesse enxergado isso antes, você não saberia como agir, já que tudo já havia pelo menos passado em sua cabeça?

E ainda, e se você, sabendo que esse problema poderia existir, começasse a fazer de tudo para se afastar dele?

É uma simples forma de pensar que faria tudo ser diferente. Pensamento baseado no gerenciamento de riscos.

Pensar em riscos, ou seja, pensar no que pode dar errado não é ser pessimista. Ao contrário. É ser realista. É saber analisar todo o cenário, conhecer todas as variáveis, conhecer todos os detalhes de um todo. e conhecer tudo inclui saber tudo o que pode dar errado. Apenas assim você terá segurança e acima de tudo, garantia que dará certo.

 

Por que a garantia de sucesso é maior quando pensamos em riscos?

Porque se sabemos que pode acontecer, estaremos preparados. E se estamos preparados, faremos de tudo para também evitar. Já temos as armas mesmo sem existir a ameaça guerra. Pois sabemos que ela poderá chegar mais cedo ou mais tarde onde estamos. E ai, estamos já preparados.

Então, o repertório (aquele que citei e você acreditaria que seria criado só quando algo de ruim acontecesse, lembra?)  poderia ter criado muito antes de se vivenciar um problema ou uma crise de fato. Repertório é criado no momento em que conseguimos enxergar o problema. E não precisamos esperar que algo aconteça para saber agir. E se preparar não é pessimismo. É uma dose de realismo nos negócios.

Como diz Albert Schweitzer, filósofo alemão:

Uma pessoa otimista enxerga luz verde em todos os lugares, enquanto o pessimista só vê luz vermelha… A pessoa verdadeiramente sábia é cega para as cores.

O otimismo dá excesso de confiança. Excesso confiança motiva, faz a gente seguir em frente. Mas faz o impulso gritar mais alto. Faz cegar dos perigos. Faz a gente não ter um plano B e nem estar pronto para lutar em caso de adversidades.

O pessimista vive com medo de tudo e todos. Tudo dará errado, e como já prevê isso, não age. Freia. Plano B? Não tem nem o A.

Agora, o bom empreendedor não tem otimismo exacerbado. Nem pessimimo em demasia. Ele apenas vê o que tem que ser visto e da forma que tem ser vista. A tempo. E com isso, o bom empreendedor é parceiro de riscos. Anda lado a lado dele. Principalmente os estratégicos. Joga, brinca. Arrisca. E na maioria das vezes, ganha.

 

Qual é o ganho de pensar e de gerenciar riscos?

Empreendedores que veêm riscos ousam mais e saem na frente. São capazes de criar vantagem onde ninguém vê. Descobrem oportunidades onde menos se imagina. E, no fim das contas, tem melhores retornos e mais perenidade em seus  negócios do aqueles outros empreendedores cheios de otimismo.

Em uma crise sabem o que fazer e como fazer e muito mais rapido que os concorrentes. Sabe como e quando cortar custos de forma inteligente. Sabe como trabalhar a equipe e com a equipe.

E, sabe o principal: se tornar competitivo nos negócios!

Menos otimismo. Mais realismo!

Fica a dica 😉

E se precisar de uma mãozinha para enxergar com mais clareza os riscos de seu negócio, conte conosco!

 

Merci, et à très bientôt!

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