Emily in Paris: Lições de Marketing e Integração Cultural

by Juliana Cândido Custodio

O que Emily in Paris pode nos contar sobre Marketing e integração cultural?

Vamos aos fatos. Muita gente tem me perguntado sobre a seria nesses últimos dias. Alunos, colegas, amigos, etc, todos estão curiosos para saber se é estereótipo ou realidade o que retratam na série Emily in Paris que está bombando no momento. E, por isso, hoje resolvi escrever sobre isso.

Mas, antes de ir aos detalhes da série, vale a pena destacar que além da realidade de Paris e dos parisienses, a série retrata questões muito importantes para serem discutidas. E essas questões vão além do evidente que muita gente vem comentado por aí. Inclui questões sobre a base do marketing e sobre cultura. Para entender isso vou aos 3 pontos chaves:

 

  1. Boas estratégias de marketing, mesmo digital, só são criadas por quem não pilota escrivaninha!

Estudar muito é bom. Mas, para se fazer boas estratégias de marketing não podemos esquecer o essencial: marketing é atender a necessidade das pessoas. E, para conhecer essas necessidades e as pessoas, precisamos nos relacionar. Precisamos viver intensamente. Precisamos sair, viajar, se abrir para novidades, quebrar padrões e estar aberto a experimentar. Não temos que apenas ver. Não temos que apenas saber. Temos que viver. Só a partir disso podemos entender a fundo a realidade do outro e criar algo concreto para atender da melhor forma isso. Eu trabalho com pesquisa, e por isso mesmo sei que mesmo a melhor pesquisa não ajudam em 100% na criação de estratégias…

 

  1. Se você esperava mais sobre marketing, talvez você não está entendendo bem esse conceito.

Tenho visto críticas da série por todos os lados. De um lado, franceses reclamam do estereótipo criado (ops!). De outro, profissionais (de marketing) se dizem desencantados com a série pois criaram uma expectativa que não foi atendida (ops de novo!). Muito tem se falado sobre como o marketing digital é explorado na série, afinal a personagem principal, Emily, atua nessa área. Agora, esperar que terão uma aula sobre o tema ou aplicação prática de estratégias é perder o senso e a realidade do próprio marketing. Você não acha que se o discurso fosse mais aprofundado nessa área continuaria tendo tanta visibilidade assim, não é mesmo? Esse não é o objetivo principal da série e entender marketing é saber que se isso fosse feito, não venderia certamente. Talvez só para os profissionais que esperavam isso (rs). Os conceitos de irreverência, conteúdo de qualidade, originalidade, marketing sensorial, gestão de eventos e marketing de guerrilha são abordados bem conforme a narrativa permite. Só não se pode esperar que isso venha com a explicação, processo completo ou mesmo estratégia completa… para isso existem livros e não séries de comédia romântica na Netflix 😜

 

  1. Para viver a cultura e a realidade de um local é necessário se desapegar totalmente.

O processo de assimilação de uma nova cultura envolve observação e desapego aos valores de uma cultura pré-existente. Quanto mais forte é a cultura de onde se deseja integrar (como é o caso da França), maior será o esforço dessa integração à partir da adoção de costumes locais.

E não adianta: Pessoas se relacionam com pessoas semelhantes. Podemos conhecer pessoas diferentes, conversar e interagir com elas. Mas se não existe pelo menos um ponto de interesse real em comum, o relacionamento não se sustenta. E isso só acontece dentro de nossa realidade quando estamos imersos de fato nos costumes de outra cultura.

Não adianta ficar dando murro em ponta de faca e lembrando como é ou era em seu país quando o assunto é se integrar. Emily no início teve uma enorme resistência, mas ao passar da série está sabendo se adaptar. Apesar dela ainda não conseguir reconhecer tudo da cultura, afinal é novata por ali, ela já baixou a guarda e está mais aberta a se adaptar, a aprender o idioma, etc.

E, para isso, não adianta continuar andando com americanos e ainda por cima falando sua língua materna se quer se integrar em uma realidade completamente diferente. Não adianta falar português e só andar com brasileiro se você quer se integrar 😉 Fica a minha dica!

 

E por isso nesse ponto te garanto: há inúmeras vantagens de se integraram assim, mas desapegar das raízes é necessário (ou não ter muitas mesmo, o que ajuda mais ainda).

Morei em Paris por quase 3 anos em indas e vindas. E morei também um ano em Bruxelas, na Bélgica. E me integrei, até mais na França do que na Bélgica, não por questão de tempo de permanência, mas de abertura à cultura mesmo.

No entanto, para conseguir isso, me coloquei algumas regras antes de ir para lá:

  1. Morar apenas em regiões de franceses – nada ou quase nada de estrangeiros
  2. Me relacionar prioritariamente com franceses
  3. Viver intensamente Paris

 

Cheguei na cidade falando francês (lógico que não perfeito, mas o mais “fluente” possível para seguir as aulas de doutorado e me relacionar com as pessoas). Meus vizinhos eram franceses. Os primeiros colegas de faculdade, franceses. Esse relacionamento de cara garante o entrosamento futuro, afinal, se você não tem contato com eles de cara, depois que você conhece outros estrangeiros por lá sua integração fica ainda mais difícil… já percebeu como fora do Brasil já grupos de brasileiros? Grupos de chineses, etc? Sempre me questiono: é falta de integração local ou falta de querer se integrar? Minha eterna dúvida…

Confesso que, para mim, Curitibana de verdade, e um pouco antissocial nata, fazer amizade com franceses e parisienses foi fácil. Enquanto aqui eu preciso ser simpática com todos, lá é só ser eu mesma que está tudo certo. 🤣

 

Mas porque eu foco em parisienses e franceses como se fossem povos diferentes?

Porque eles são diferentes.

Francês é todos aquele que nasceu na França e mora fora de Paris. Tem hábitos franceses, adoram vinho, são amáveis, etc. Enfim, franceses.

Já os parisienses são os franceses nascidos e que cresceram em Paris, moram em Paris e tem costumes típicos da cidade. Eles também têm hábitos franceses, gostam de vinho, mas…. tem algo especial. São extremamente competitivos, ligados muito, mas muito à estética e aparência pessoal, são elitistas, se classificam por situação social em relação a lugares que frequentam, cartiers (regiões da cidade) onde moram, reparam em tudo (inclusive olhando de cima embaixo, principalmente as mulheres), etc. Se os pais também forem parisienses, aí sim que o estilo que descrevi não tem o que mudar!

Eles são normalmente competitivos e sempre querem estar por cima de alguma forma e se desafiam de forma querida e bem particular em conversas. Mas não é ruim não, ao contrário. Se você não sabe disso até assusta. Mas é tudo muito delicado, amável e gentil. Como estudei já um pouco de psicologia entendo um pouco disso e não é necessariamente algo esnobe, metido ou chato. É saber se valorizar (ok, talvez às vezes um pouco demais).

Mas, confesso que a-do-ro parisienses! Por quê? Porque são sin-ce-ros. Até demais. Quase que sem filtro (mas com toda delicadeza, claro). Não fazem carão. Não se fazem de simpáticos só para parecer legal. Não forçam a barra para coisas que não são. Quando tentam você vê de cara que é forçado. Ao contrário do que vemos muito no dia a dia aqui… Ou é só comigo que acontece?!

Logicamente devem ter parisienses exceção. Estou descrevendo os que eu conheço ou conheci, e com quem inclusive discutimos várias vezes sobre essas diferenças de comportamentos. (Embora isso, ainda bem que o Blog não é traduzido também).

 

Mas vamos ao que interessa: o que é verdade e o que é ficção em Emily in Paris? Mas, cuidado! Spoillers (levinhos) à vista!

 

21 Fatos sobre Emily In Paris

 

  1. A cidade é deslumbrante sim – e os franceses nem ligam mais.

Passear com francês e principalmente parisienses, não raramente quando você comenta algo, ou se encanta, eles simplesmente: “nossa, é verdade! A gente se acostuma tanto que nem repara mais”.

 

  1. Os parisienses são fechados a estrangeiros 

O que acontece não é só a questão do idioma. Muitos franceses falam inglês, mas eles não gostam muito do sotaque que possuem no idioma. Além disso, não é apenas em Emily in Paris que há problema do idioma. Franceses não curtem a cultura muito americanizada, termos e inglês, etc, pois valorizam a sua nação. (Também bem ao contrário do que vemos por aqui: quanto mais termos em inglês mais chique e culto se parece #sqn 🤣).

 

  1. A maioria dos prédios não tem elevador e os studios são no último andar 

Aquelas escadarias, errar de porta com o vizinho quando se está cansado, não saber o bendito código da porta de entrada são coisas normais do dia a dia parisiense. Mas o tamanho do apartamento dela para um “chambre de bonne, tá de brincadeira né? Normalmente aquela metragem dá para um apartamento de um quarto e se bobear, dois 🤣

Por isso, ao contrário da Emily in Paris, ter elevador foi um pré-requisito meu caso quando me mudei para lá 😉

 

  1. Há cocôs de cachorro nas calçadas (e pisar em cima é sinal de sorte)

Acho que isso não preciso nem comentar nada, né?

 

  1. Bolsa na cadeira não é bem visto

A regra é “bolsa não senta”, e é por isso que no lugar de pedirem a cadeira vazia para Emily em um café, pediram logo a que a bolsa dela estava. É quase que um desrespeito isso visto por eles, pois você está tirando o lugar de alguém que pode realmente sentar. Isso aconteceu comigo na Universidade e já no segundo dia me falaram: sua bolsa tem que ficar no chão. Para muitos de nós isso é sinônimo de perda de dinheiro… Cada louco com sua mania, não é mesmo?

 

  1. Problemas no chuveiro são comuns (e tomar banho no vizinho também, e por falar em vizinhos, ter vizinhos lindos como Gabriel não é raro).

Eu tive sorte de nunca ter problemas hidráulicos, mas como as estruturas dos prédios no centro de Paris são muito antigas, há problemas em instalações sim. Além disso, o que é mais comum é acabar a água quente, afinal lá o sistema de aquecimento é diferente e a quantidade de água quente é limitada a um ballon d’eau. Tive essa experiência no meu primeiro banho assim que cheguei, ainda lavando o cabelo. Para ajudar era inverno, acabou a água quente e tive que finalizar na água fria. Nessa semana a temperatura era na casa de -2 graus e nevou. Já imaginou a delícia que foi, né?

Além disso, já tive solicitações de uso de chuveiro por problemas hidráulicos, vai entender…

Uma observação: não tive esse azar, mas tem chuveiros com programação para desligar. Para se enxugar, aperta o botão sai água, fica um minutinho e ele desliga, ai tudo novo…

 

  1. Bater na porta do vizinho pra tudo é super normal

Eu, como boa curitibana, não sou tão próxima aos meus vizinhos. Mas, em Paris… Tive jantar para mim na primeira semana, assim como a oferta da chave da casa de outra vizinha (para caso eu precisasse de algo… lógico que não aceitei… vai que pede a minha 🤣). Filho de vizinha batendo na porta, convite para sair, etc. Sim, a vida é animada e as pessoas se encontram bastante.

 

  1. Não são tão conectados às redes sociais, ou de certa forma, são um pouquinho mais atrasados em relação a elas (e acham que sabem tudo…)

Toda selfie para eles é estranho. Dão até risada e perguntam: “por que tanta foto”. Dão dicas de redes sociais, embora não costumem utilizar. Criticam às vezes e não costumam acessar tanto. Vai entender…

 

  1. Sim! É normal o trabalho ou faculdade começar “tarde”, ter horário de almoço “enorme” e acabar cedo

Nós somos acostumados a trabalhar 40 horas por semana, estudar mais 20 horas por semana, e está tudo normal. Franceses não. E confesso que acho que deveria ser o regime de trabalho e rotina de estudos correta.

Franceses sabem que há horário para tudo e a vida não se resume a trabalhar, ter e ser alguém. Franceses acreditam que a vida é mais que isso e por isso a qualidade de vida deve ser respeitada com limites. Quando se estuda, a carga horária de trabalho é limitada por lei a apenas uma % das 35 horas habituais. Se você faz estágio, na maioria das vezes é em regime de alternância, ou na faculdade ou no trabalho, não nos dois no mesmo dia e tudo atropelado. Horário de folga e pausas devem ser respeitas.

Minhas aulas começavam por volta das 10h. Grandes empresas geralmente começam mais cedo, às 9h. Crianças entram na escola às 8h30 para dar tempo dos pais levarem, mas saem por volta das 16h ou 16h30, não lembro ao certo. Trabalho? Vai até 17h30 / 18h. Se você chegar 17h55 em lojas que fecham às 18h você será convidado a voltar amanhã.

Mas, apesar disso (não se ofenda tá?!) mas… confesso que… franceses costumam ser muito mais produtivos que a maior parte dos brasileiros que conheço… simples questão de foco.

Não esqueço de uma vez que o professor pediu para lermos dois mega artigos em inglês para o outro dia de manhã. E todos leram e discutiram. Aqui no Brasil a galera reclama de ter uma semana para ler três, não dá conta de trabalhos urgentes e perdem prazos. Juro que também não entendo…

 

  1. Encontrar com amigos e conhecidos na rua sem marcar acontece de verdade!

Lógico que sem escutar a conversa de longe como acontece na série e ainda chegar já interagindo 🤣

Mas, principalmente se você mora na região do arco mais central da cidade, é super normal encontrar com amigos sem marcar. Se quer fugir de alguém, tem que tomar até cuidado A primeira lógica é que as pessoas passam mais tempo fora de suas casas em Paris. Questão de espaço, logística e hábitos mesmo. Outra questão é que a cidade é pequena.

Eu já vivenciei diversas situações como a Emily vivencia com seus vizinhos e outras pessoas de seu círculo de amizade. O mais surreal foi encontrar duas amigas (que não estavam juntas), quando estávamos, no mesmo horário, passando (só passando) pela Place de la Concorde. Ainda estava garoando, era de madrugada e eu de bicicleta e sombrinha (bem fácil de achar, claro! Rs)… Parece filme, mas a magia da cidade faz essas coisas acontecerem. Já encontrei amigo que não via há muito tempo em metro, melhor amigo em trem ou em lugar histórico…

 

  1. Barulhos entre os apartamentos é normal – aqueles mesmo que você está pensando e que a Emily escuta de manhã e à noite

No começo eu achava que era bebê que tinha no apartamento do prédio ao lado, já que o meu apartamento era o último do andar e fazia já divisa com o outro imóvel. Achava que era bebê porque era sempre no mesmo horário… até ouvir que não era choro e sim gemidos… E o pior que eu tinha dos dois lados do apartamento.

 

  1. Tomar vinho a “toda hora” também é normal

Parece brincadeira, mas não é. Tomar vinho quase todos os dias é um hábito francês bem comum. Tomar vinho na hora do almoço já vai da consciência de cada um. Tudo depende do efeito que dará na produtividade depois. Há aqueles que tomam só água, e outros que tomam suas tacinhas de vinho. A noite, super liberado. Mas pasme: mesmo tomando vinho a quase toda ocasião, você nunca vê francês nem “altinho” – eles são finos: degustam e conhecem seus limites 😉

Situação mais inusitada não foi na França, mas quando eu morei na Bélgica: degustação de vinhos no horário de almoço com o pessoal do laboratório de pesquisa. Simples fato que serviríamos vinho num congresso e precisaríamos escolher em conjunto. E todos só degustavam mesmo. Maturidade e bom senso é tudo!

 

  1. Cantadas acontecem de forma natural

Parisienses são muito charmosos e galanteadores. Eles até assumem que a postura deles é tentar sempre 🤣

 

  1. Relacionamentos “mais abertos” também são normais

Não que os franceses traiam naturalmente. Mas jogam charme por tudo. Do lado da esposa olham para outra, mas isso também acontece por parte das mulheres. Para eles é um jogo normal.

Além disso, para alguns, manter amizade aberta entre atual, ex e ex-ex-namorado.a é normal para alguns (logicamente que essa é uma exceção à regra, mas é tão bizarro que chega a ser surreal). Inclusive para sair junto, jantar junto, viajar junto, atual pedindo conselhos para a ex…. vai entender. Maduros demais para o meu gosto 🤣

 

  1. Encontrar pessoas na rua e te convidarem para situações sociais glamourosas, também acontece, embora não tão normal. É mais uma questão de “sorte”

Estar no lugar certo, na hora certa e conhecer a pessoa certa. Emily encontra Camille que a convida para um vernissage de uma pessoa da alta sociedade. Assim, do nada. Acontece? Sim. Mas se você levar sorte e aconteceu comigo.

Vou contar: estava em um sinaleiro, de bicicleta, indo para a faculdade. Uma moto para do lado e começa a falar. Não dou bola, mas como insiste muito, resolvi prestar atenção. Ele estava me oferecendo carona para subir a rua (era uma subida de Ternes ao Arco do Triunfo e que é de tirar o fôlego). Peguei no braço dele e subimos. Chegando lá, ele me convidou para ir no Opera, como eu não podia, me convidou para a vernissage do Nikos Aliagas, meu amigo. Nessa eu fui, tomei champagne, comi caviar, etc. Falei com o anfitrião e tudo. No entanto, só fiquei sabendo de verdade quem ele era quando eu estava na Bélgica e por acaso estava assistindo TV. Liguei para o meu amigo e perguntei: “lembra da vernissage que a gente foi? Era do cara da TV?” E ele naturalmente: “Era sim, você não sabia?” 🤣  Bem que achei estranho o tapete vermelho na porta, tietes histéricas e um monte de fotógrafos…

 

  1. Falar de sexo abertamente, no trabalho, na rua ou na mesa de café ou janta com a família é algo natural

Afinal, sexo não é ou deveria ser algo natural? Por que por aqui é tão tabu? Já parou para pensar na questão? Como sei disso? Perguntem como fiquei sabendo da primeira vez do meu ex. E não foi em conversa tête à tête 🤣

 

  1. São sexistas sim, mas sem serem sexistas, se isso é possível… 

Coisas de meninos e coisas de meninas, etc… Sem mais nesse tópico para não causar. Viram que sou contra.

 

  1. Tem muito estrangeiro de classes e posições elevadas trabalhando em categorias de empregos menos prestigiosas

Apenas continuar na cidade e ter a possibilidade de ser feliz na capital luz pode ser e é o sonho de muita gente. Conheci engenheiro atuando como pedreiro, ex-gerentes de empresas trabalhando como garçons, etc (mas, veja que subemprego está entre aspas pois não é algo inferior ou pejorativo, etc).

Assim como, por lá tem moradores de rua que não são necessariamente moradores de rua. São pessoas que foram atrás de sonhos e de uma vida melhor e acabaram sem os documentos legais para continuar lá e isso, somado a falta de sorte ou credibilidade, ou pessoas que apoiem, pode se tornar uma bola de neve por lá.

Então ver o sucesso glamouroso é algo que pode não ser tão real assim…

 

  1. A noite lá é tradicional começar em um lugar para aperitivo, jantar em outro e finalizar em outro bar ou boate (dependendo da idade)

A noite em Paris realmente é longa e dá para fazer muiiita coisa.

 

  1. Franceses tomam banho, todos os dias, sim!

Pelo menos acredito que sim, e espero continuar acreditando kkkk

Só no inverno sei que alguns espaçam um pouco mais, mas esse hábito é dos mais “velhos”.

Mas aqui vale contar que escovar os dentes depois das refeições tenho minhas dúvidas. Por quê? Eu era quase que uma atração no banheiro da faculdade quando escovava os dentes depois do almoço. Ficavam olhando como se eu fosse um et e ainda alguns comentavam “que bonitinha, que fofinha” (lógico que num tom que não é tão legal assim).

Ah! E para ajudar a maioria dos banheiros públicos e de universidades são unissex…

Mas, já me aconteceu uma situação um tanto inusitada. Um dia eu ia sair com algumas colegas francesas e disse “vou para casa mais cedo, pois preciso lavar o cabelo e me arrumar”. Aí, elas me olharam com uma cara meio “que absurdo”e perguntaram: “mas você não lavou já esses dias?” kkkkk Mas ai também descobri o porquê. A água lá tem muito calcário, então, lavar muito o cabelo, tomar muito banho, etc, tem prejuízos enormes para saúde dos cabelos e da pele.

 

  1. Alguns franceses costumam ficar nus em casa

Agora, chegar gente estranha como mostrado na cena de Emily in Paris que o sogro do Gabriel está nu na piscina e continua a vida naturalmente, já não sei dizer se é verdade e desconfio que isso é too much! Mas é real que alguns andam nus pela casa. Sei que tinha um vizinho da janela da frente (francês) que fazia isso e não era exibicionismo. Para tirar da sua dúvida, dá uma olhada nas janelas dos apartamentos durante seus passeios e depois me conta 😉

 

E para finalizar:

 

Bonus: É mal visto “comer muito” em festas e fora de horário ou lugar

Isso eu aprendi bem rápido! Sabe a cena que a Emily está numa festa e a chefe dela comenta “por que você está comendo?” Confesso que aconteceu comigo e vou contar para você.

Cheguei na sala de aula terminando de comer uma maçã (eu acho). A professora parou tudo e ficou olhando para minha cara. E olha que isso era bem no início da aula após o intervalo. Não entendi e dei uma penúltima mordida. Ai alguém do fundo comentou para ela “ne vous inquietez pas.. elle est brésilienne”. Et oui! A gente também tem estereótipos por lá e confesso que não são nada bons… por isso paro por aqui.

 

Moral da história:

Apesar de parecer clichê ou ficção, os hábitos mostrados, apesar de um pouco caricaturados (afinal isso também é truque de marketing para deixar ainda mais atrativa a trama) são reais.

A gente só vive um local, uma cultura, um povo, quando somos capazes de se desapegar dos nossos hábitos e se integrar de cabeça.

E, para ter boas estratégias de marketing, conhecimento da base é necessário, pesquisas e conhecimento do público e da situação são fundamentais (mesmo que não mostre muito isso), mas vivenciar a realidade, se relacionar com pessoas e se jogar de cabeça em novas experiências.

 

E você, o que achou da série e do que contei por aqui?

Comenta que eu vou gostar de saber o que você achou!

 

 

Abraços e até a próxima!

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